No dia 20 de maio, o Pixel Show, maior festival de criatividade da América Latina, em parceria com o Centro Cultural Paula Souza (Fatec | Etec), exibiu um Balaio de Cultura Urbana, ao vivo no YouTube, com o tema “Utilização de espaços urbanos como sala de aula”.
O debate foi intermediado pelo encenador, professor e pesquisador teatral, Durval Mantovaninni, que é formado em Direção Teatral pela SP Escola de Teatro, licenciado em Artes Visuais pelo Centro Universitário UNIFAAT (2015), é professor de Artes na Etec Prof. Carmine Biagio Tundisi (Atibaia), coordenador de Projetos de Artes na Unidade do Ensino Médio e Técnico (CETEC) do Centro Paula Souza (São Paulo) e mestrando em Artes da Cena na Escola Superior de Artes Célia Helena.
Foram convidados o professor Alexandre Mate e a artista plástica Taisa Nogueira, que falaram sobre a importância dos espaços urbanos no aprendizado artístico e no desenvolvimento cívico.
Alexandre Mate, mestre em Teatro pela ECA/USP, doutor em História Social na FFLCH/USP e orientador no curso de pós-graduação do Instituto de Artes da Unesp/SP, falou sobre o surgimento do teatro e sua função na vida social urbanizada.
O professor, que presta assessoria a diferentes instituições, ministra cursos e é autor de inúmeros textos e livros na área do teatro, explicou que a utilização dos espaços urbanos já existia – em praça pública – bem antes do surgimento do que conhecemos como teatro. “Desde sempre, a prática que começa na rua vai para dentro de espaços fechados e permanece encerrada dentro de espaços fechados. O teatro que se desenvolve realmente trata-se de uma proposta, no geral, encerrada dentro das caixas de confortabilidade institucionais, sejam teatrais, espaços múltiplos ou a escola”.
Mate afirma que não conhece – com raríssimas exceções – instituições que desenvolvam a proposta da linguagem teatral na rua, em espaços públicos. “Existe uma ou outra manifestação, dependendo do profissional, do docente, dos interesses que se tenha, para intervir diretamente na cidade com a linguagem teatral, que inicialmente é um pressuposto de natureza popular”.
“O grande problema é que estamos de costas para a urbanidade, para a cidade. Ficamos dentro dos espaços fechados, que rigorosamente corresponde aos pontos de vista de grupos detentores de poder”, conclui o professor, ao reafirmar que o mesmo tem acontecido com as escolas, que acabam limitando o conhecimento dos alunos e, por isso, utilizar os espaços urbanos é tão importante.
Taísa Nogueira, que é arquiteta, artista plástica, mestre em Artes pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2017) e doutoranda em Artes Visuais (IA/ UNESP), falou sobre o poder que a escola tem de transformar. “Se a gente quer transformar cidadãos, é uma necessidade urgente que a gente olhe para as cidades. Ao transformar a escola, nós conseguimos transformar a cidade”.
A atual professora do Centro Paula Souza e da UNIP, citou uma frase que afirma que a escola é a reprodução da cidade e, por isso, “precisa acompanhar o trânsito de conhecimento que está sendo produzido e conhecer o seu potencial pedagógico, de trazer sentido para os alunos”.
Para Taísa, “não há mais a possibilidade de trabalharmos no limite das salas de aula. A sala ao ar livre permite momentos de contemplação. A contemplação permite a meditação sobre a ocupação desses espaços, o pertencimento desses espaços como cidadãos”.
O Balaio de Cultura Urbana tem o objetivo de capacitar e inspirar professores e alunos a se tornarem grandes criativos no futuro. Confira outros vídeos do Balaio no canal do Pixel Show no YouTube.